20/03/09

Entrevista a um grande amigo meu: Mauel Rosa










É com enorme prazer que o RallyTT apresenta uma entrevista a um grande piloto de TT: Manuel Rosa (na foto acima)




1 – Olá Manuel, é um prazer entrevistar um grande piloto como você. Quer explicar como começou a sua paixão pelo Todo-O-Terreno?
R: Na verdade foi algo de inesperado. Embora sempre tivesse sentido uma atracção pelos desportos motorizados, nunca tinha pensado acabar na competição de todo-o-terreno, até porque as experiências que trazia eram de modalidades corridas em circuito, ou mesmo do todo-o-terreno mas mais numa perspectiva da “trialeira”, o ultrapassar de obstáculos. O momento que marcou a minha entrada para o TT foi vivida em Arraiolos ao experimentar um carro, na altura uma Nissan Navara, e onde fiquei com a certeza que era por ali que estava o meu caminho. Juntou-se o incentivo e da força que recebi de algumas pessoas que acreditavam que teria potencial. Nesse ano (2006) não consegui preparar o projecto a tempo, e isso veio atrasar o projecto em um ano. Foi, na verdade, um amor “à primeira vista”.





2 – Qual foi o seu primeiro carro no Todo-o-Terreno?
R: Foi uma Nissan Navara ex troféu TTMB.






3 – Qual o carro de Todo-o-Terreno que mais gostou de guiar?
R: A Mazda com que actualmente corro está fantástica. Não é um BMW ou um Mitsubishi, mas é um carro muito divertido de conduzir e com muito potencial. (Na foto em baixo a Mazda BT-50 Proto)





4 – Qual o piloto que mais gosta de defrontar? E quem é o seu maior rival?
R: Eu não tenho rivais. Os pilotos com quem me costumo bater de uma forma mais próxima, mesmo com esses tenho uma relação extraordinária, e custa-me genuinamente quando os azares lhes batem à porta. Quando estou em pista faço tudo por tudo para dar o meu melhor, mas não jogo sujo. Quando os meus adversários conseguem resultados melhores que os meus, é porque tenho de trabalhar mais, para chegar mais além.





5 – Qual o momento que mais a marcou na sua carreira?
R: Houve vários momentos marcantes por um motivo ou por outro. Talvez o fim do ultimo transibérico tenha sido um dos mais marcantes, porque não estava fisicamente em condições, e foi com um gigantesco esforço que consegui chegar ao fim. Por outro lado e por motivos diferentes, o dia em que escolhi a Paredecar como preparador… foi uma viragem de 180º… são excelentes profissionais, excelentes professores, e com uma dedicação sem fim. Tem sido com eles que tenho aprendido muito. De resto acho que o TT é ainda um desporto onde os pilotos competem, mas de uma forma muito salutar. Certamente não existe outra modalidade com este espírito mesmo entre adversários.





6 – Tem algum ídolo? Se sim qual é?
R: O meu ídolo? O meu pai.





7 – Falando do CPTT, acha que com os BMW X3 CC e com o Racing Lancer, este é um dos melhores Campeonatos Português de Todo-o-Terreno de sempre?
R: Podia de facto ser. Temos de ter noção que este é um ano muito complicado para os patrocinadores e isso reflecte-se directamente nas equipas. Acho que este vai ser, para muitas equipas, um ano de grande controlo e contenção orçamental. Mesmo assim, acho que temos um dos campeonatos mais competitivos do mundo no que ao TT diz respeito.





8 – Quais os seus objectivos para esta época?
R: Este ano quero apostar em evoluir, tanto enquanto piloto como ao nível do próprio carro, e apostar em algumas provas internacionais, nomeadamente em Marrocos.





9 – Falando do Dakar, o que acha deste Dakar Sul Americano?
R: Acho que é uma prova diferente. África é África. E isso acho que é uma opinião generalizada entre os pilotos do TT.






10 – Faz intenções de participar no próximo Dakar?
R: Na realidade não faço tenções de disputar a prova este ano. No entanto, acho que outras provas vão ganhar relevância, como é o caso do Africa Race, no qual acredito que iremos ver muitos pilotos inscritos este ano. Africa Race…talvez! Dakar na América do Sul, pelo menos este ano, não.






11 – Pratica mais algum desporto alem do TT? Qual?
R: Vou dando uns toques de futebol, Surf quando o tempo está bom, e umas voltas valentes de Moto4





12 – Acompanha alguma outra modalidade do desporto motorizado?
R:Vou fazendo por acompanhar o WRC, mas o TT é o TT





13 – O Todo-o-Terreno está de luto com a morte de José Megre, para além de José Megre ter sido criador do actual Transibérico e Baja Portalegre 500 o que significava o José Megre para si?
R: Eu acho que a morte do José Megre sou veio trazer relevo ao trabalho que desenvolveu ao longo de uma vida. É um português ( e gosto de falar no presente porque de uma certa forma ainda está e estará entre nós ), muitíssimo respeitado, que nacional, quer internacionalmente. Para mim foi um marco, e foi sem duvida uma das pessoas que me trouxe ao TT.
Da minha enorme admiração que sinto por ele, advém a “inveja” de uma vida vivida em pleno.

14 – Este ano no Transibérico, você vai lá estar?
R: De certeza que sim !





Agradecimentos: Manuel Rosa

1 comentário:

Anónimo disse...

á granda manuel rosa